A Globo apresentou, durante a Reunião Executiva da Associação Brasileira dos Agentes Digitais (Abradi), as soluções de dados e performance que estão transformando sua operação digital. Camylla Fioravante, gerente de dados e performance da Globo, revelou que a plataforma Globo Ads está acessível a qualquer anunciante, sem exigência de investimento mínimo, permitindo que pequenas e médias agências explorem a tecnologia. “Todo o arsenal de dados, segmentações e gerenciamento por IA já está disponível no Globo Ads, mesmo para operações com verba reduzida”, afirmou durante sua apresentação.
Um dos principais diferenciais da plataforma apresentados foi a base de mais de140 milhões de Global Ids. As informações, obtidas por consentimento via interação com conteúdo e plataformas como Globoplay, G1, GE e GShow, são armazenadas em sua DMP e enriquecidas com dados de parceiros como a B3 Neoway. “Isso nos permite gerar clusters por interesse, renda ou perfil decisório, com forte potencial também para campanhas B2B”, explicou a executiva.
Camylla apresentou dois modelos proprietários de atribuição desenvolvidos pela Globo: o “micromomento”, que mede o impacto imediato de uma inserção, e o “modelo de longo prazo”, que avalia o efeito isolado da Globo em campanhas que envolvem múltiplos canais, inclusive no ponto de venda físico. A metodologia já foi aplicada com sucesso por anunciantes que buscaram mais previsibilidade e retorno sobre investimento. Outro destaque foi o Digital Performance Planner (DPP) e Adboost, sistema de IA desenvolvido internamente para gerenciar planos de mídia baseados em dados de navegação, intenção de compra e clusters com maior propensão à conversão. “Essa tecnologia totalmente disponível para uso nas campanhas digitais permitindo que o próprio anunciante ou agência tenha resultados alinhados ao objetivo de negócio”, destacou Camylla.
Painel “Mídia Estratégica: Desafios e Oportunidades no Mercado Atual”
O evento também contou com um painel mediado por Fábio Almeida (Grupo Big no Brasil), com a participação de Camylla e Garcia. Os especialistas discutiram como o termo “mídia programática” tem sido substituído por “IA”, embora seja mais uma mudança semântica do que de conceito.
Os painelistas concordaram que a IA não é autônoma, necessitando de integração e liderança humana para ser eficaz. A IA atua como um facilitador para a criação de anúncios, textos e imagens, mas o comando e direcionamento corretos vêm dos humanos.
Camylla Fioravante abordou a fragmentação do consumo de mídia entre gerações, observando que o público com mais de 40 anos ainda está mais na televisão, enquanto os mais jovens consomem majoritariamente na tela do celular. A Globo adota a medição integrada (cross media) como fundamental para avaliar o comportamento do público de forma completa, oferecendo formatos específicos e segmentados.
Fernando Garcia, por sua vez, destacou os desafios do mercado de native ads e as soluções que a Taboola está implementando para melhorar a qualidade dos anúncios. Entre as funcionalidades, ele destacou que qualquer um pode criar uma conta e rodar campanhas na plataforma Realize, com um orçamento mínimo de R$ 10 por dia. A plataforma permite trabalhar todas as etapas de um funil de vendas e oferece segmentação detalhada através de dados de terceiros como Navegg, TailTarget, Oracle e Eiota.
O presidente da Abradi, Carlos Paulo Jr, avalia que as plataformas têm o potencial de representar um avanço estratégico para todo o ecossistema digital brasileiro pela proposta de democratizar o acesso à mídia programática de alta performance. “Ficou claro o quanto a plataforma está preparada para atender desde pequenas até grandes agências, oferecendo recursos técnicos avançados como inteligência de dados, atribuição multicanal e automação por IA, que tendem a transformar o cotidiano das nossas agências e de seus clientes”, comentou.
Abradi Educação: democratizando o conhecimento digital
Durante a reunião, a Abradi também apresentou o projeto Abradi Educação, iniciativa para democratizar o acesso ao conhecimento no setor digital. O programa convida os próprios associados a contribuírem com conteúdos, além de consumi-los, incentivando a troca de experiências e valorizando o protagonismo de cada participante. “Estamos buscando parcerias tanto de outras associações, de edtechs e também dos grandes players de tecnologia. Teremos muito conteúdo e todos serão remunerados se propuserem temas que têm interesse dentro da comunidade”, afirma Elaine Coimbra, diretora de Inovação e IA da Abradi.
Segundo Eduardo Campos, diretor de Educação, a Abradi Educação já conta com mais de cem horas de conteúdo e recebe atualizações semanais. Além dos webinars regulares, a iniciativa avança com cursos específicos, podcasts e materiais para download, atuando como uma verdadeira “open school” para o setor digital. “O propósito é não apenas suprir a lacuna do tempo para treinamento dentro das agências, mas também criar um ecossistema colaborativo e em constante evolução”, explicou Campos.